Plantas tóxicas: ligue o alerta!

Plantas tóxicas
Foto: Jerry Pavia / Getty Images

Plantas usadas em paisagismo geralmente trazem sensações positivas para quem as contempla no cotidiano, seja com formas, cores, odores, texturas ou sabores. Mas, às vezes, a exuberância das plantas ornamentais pode vir atrelada a um passado difícil na natureza. Se algumas plantas foram bem-sucedidas na natureza, sabemos que foi devido a mecanismos de defesa adquiridos através de seleção natural. O mecanismo de defesa mais fácil de ser visualizado em uma planta, é a presença de espinhos (laranjeiras) ou acúleos (roseiras). No entanto, outras plantas desenvolvem defesas químicas contra seus predadores e, devido a essa característica, algumas plantas ornamentais podem trazem riscos à saúde das pessoas ou animais. Todos estão sujeitos a serem afetados por alguma planta tóxica, mas o cuidado deve ser redobrado quando estamos lidando com crianças ou animais de estimação. Algumas plantas são extremamente atrativas aos olhos (ou narizes) dos pequenos, se tornando alvo de toques ou, na pior das hipóteses, mordidas.

Não existe uma lista absoluta de plantas tóxicas usadas em jardins (acredite, são muitas!) mas podemos  falar um pouco mais sobre algumas características comuns dessas plantas, de modo que, com esse conhecimento, seja possível ligar um “alerta” na hora de escolher uma planta para seu jardim ou vaso.

Começando pela planta tóxica mais comum no uso ornamental: a comigo-ninguém-pode, que é o nome comum dado a algumas espécies do gênero Dieffenbachia. Essas plantas possuem dentro das folhas e caules, alguns cristais microscópicos de oxalato de cálcio em formato de agulha (ráfides) que, após serem pressionados, são expelidos de células especializadas (idioblastos). Não se preocupe em guardar esses nomes complicados, o importante é entender o tipo de toxina que temos nessa planta. Sendo um cristal em formato de agulha, os danos aqui são mecânicos, através da perfuração de tecidos, causando irritação. A comigo-ninguém-pode possui ainda uma toxina que é uma enzima proteolítica, ou seja, destrói proteínas, um tipo de molécula fundamental para a manutenção da vida. Após a perfuração dos tecidos pela ação das ráfides, essa toxina age e um processo inflamatório é iniciado. Caso ingerida, as toxinas provocam edemas (inchaços) nos tecidos da região da boca, laringe e faringe. Também pode causar danos os olhos por provocar lesões na córnea.

Depois de toda essa explicação vamos tentar entender como ligar o “alerta”. Essa planta pertence à família Araceae, a qual possui ampla utilização no paisagismo (costela-de-adão, singônio, antúrio, filodendros, lírio-da-paz, copo-de-leite, dentre tantos outros). O que essas plantas têm em comum, além da classificação botânica? A presença dos tais cristais microscópicos em seus órgãos. Se você estiver interessado em alguma planta para a sua casa ou apartamento, faça uma pesquisa rápida, para descobrir se a planta em interesse pertence a essa família. Se você tem crianças ou pets em casa e fez essa pesquisa, ligue o alerta. Se mesmo assim desejar adquirir a planta, plante-a em um local onde os pequenos não possam acessar ou alcançar.

O cuidado a ser tomado com a família das aráceas também deve acontecer com outras famílias de plantas ornamentais. Temos outra família cuja toxicidade é mais conhecida popularmente por plantas que não são ornamentais, como a mamona e a mandioca-brava, porém, suas “parentes” são muito utilizadas dentro e fora de casa. Estamos falando da família Euphorbiaceae, do avelós, coroa-de-cristo, poinsétia/bico-de-papagaio, croton, etc. Há uma grande variedade de substâncias tóxicas nas plantas dessa família como, por exemplo, ácido cianídrico e terpenóides contidos no látex, que podem causar sérias intoxicações, cegueira e tantos outros efeitos adversos. Vale deixar o alerta ligado caso descubra que sua planta é dessa família.

Outra família pra se ter bastante cuidado é a Solanaceae, que fora do mundo do paisagismo, é famosa por suas plantas que servem como alimento: tomate, batata, pimentas e pimentões. A característica comum das plantas dessa família é a presença de alcalóides, que diversos casos podem ser tóxicos, como nas ornamentais: saia-branca, charuto-do-rei e petúnia. A presença de alcalóides tóxicos também ocorre na família Apocynaceae (rosa-do-deserto, espirradeira, alamanda etc). Para quem não sabe do que se trata esses tais alcalóides, vale lembrar que a cocaína, morfina, heroína, cafeína e tantas outras “inas”, são alcalóides e podem causar náuseas, vômitos e até alucinações. Todo cuidado é pouco!

Ainda dá pra citar várias como a hera, amarílis, cheflera, urtiga, hortência, espada-de-são-jorge, aroeira e tantas outras que podem trazer risco, mas a ideia é tentar conscientizar a importância da pesquisa antes de escolher alguma planta para o seu jardim. Tentar entender os perigos que as plantas trazem é uma forma de respeitar a natureza. Algumas plantas foram feitas para serem, só e somente, contempladas visualmente. Não queremos que as plantas citadas acima deixem de ser cultivadas (muito pelo contrário, pois são todas lindas!), mas é importante ter bom senso na escolha. Conhecer esse tipo de característica das plantas aliás, é função de todo bom paisagista. Se algum profissional sugerir alguma das plantas citadas acima pro quarto do seu filho, é bom ligar o alerta mais uma vez.

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